domingo, 16 de agosto de 2009

Paris: O Bom-Gosto das Coisas Comuns




É trivial reconhecer a beleza de Paris. Mas, convém nunca esquecer que, entre outras coisas, é como que a capital, por excelência, do bom-gosto e requinte. Nas pequenas e grandes coisas. Não o ignorava, tanto mais que meu pai, que viveu na cidade no pós Grande Guerra de 1914-18, não se cansava de o dizer. Deixou, aliás, um acervo de postais que me serviu, juntamente com os suas descrições, para um detalhado conhecimento... à distância. Pude agora comprovar o que sabia: não há, efectivamente, cidade como Paris. Espanta a quantidade e qualidade dos seus monumentos, como é evidente. Mas, o que lhe dá um carácter especial, é o generalizado bom-gosto presente nas coisas comuns, como as casas vulgares, os bistrots, as brasseries. Há um estilo parisiense que toca com a sua graça mesmo as coisas simples. Esse será, utilizando um termo que alguém apropriadamente achou, o espírito do lugar.

1 comentário:

  1. "Se tiveste a sorte de viver em Paris, quando jovem, a sua presença, continuará a acompanhar-te pelo resto da vida, onde quer que estejas, porque Paris é uma festa ambulante". Assim escrevia Ernest Hemingway a um amigo, referindo-se aos anos entre 1921-26, que passou em Paris e cujas palavras viriam a ser publicadas no seu livro "Paris é uma festa". Neste livro, abundandam detalhes da sua vivência na capital francesa e é logo no primeiro capítulo que e toma contacto com o pulsar da cidade, com um bom café na Place Saint-Michel"...
    A "festa" a que alude Hemingway seria, também, certamente, a da diversidade. Na verdade há Paris para todos os gostos. A mim, o que mais me fascina na cidade é as marcas do seu passado medieval e renascentista, expressas em inúmeros locais, como na Notre Dame, na Île de la Citê, nas margens do Sena...
    Se Paris for, de facto, uma festa, será, pois não só para a vista, mas para todos os sentidos.
    Paris tem também alma!

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.